
Como funcionam as veias?
A veia safena magna é a veia mais longa do corpo humano. Ela tem sua origem no tornozelo, corre na parte interna da perna até a virilha, onde entra na veia femoral. Consequentemente, leva o fluxo sangüíneo superficial da perna ao sistema profundo. Não está simplesmente abaixo da pele. Na maioria das pessoas, tem uma fáscia em torno dela que atua como uma meia elástica. Como resultado, esta meia elástica natural faz com que a veia safena mantenha um tamanho razoável, mesmo quando doente com refluxo. Assim, a maioria das veias vistas como varizes, com insuficiência venosa são veias acessórias (colaterais) e não a própria safena.
A função da safena é transportar o sangue da superfície para o sistema profundo, de modo a atingir o coração. Por conta disso, ela recebe inúmeras veias menores ao longo da perna, por onde transfere o fluxo dessas veias para o sistema profundo.
Já o sistema profundo, por sua vez, fica abaixo das fáscias ao longo dos músculos da perna e coxa. Assim, este sistema tem uma posição intermediária e funciona como um grande reservatório de sangue. O sistema profundo conecta-se ao superficial através de veias safenas e veias perfurantes. Então, a função desses influxos sangüíneos do superficial para o profundo é fundamental para manter a circulação venosa adequada. Por exemplo, se não estiver funcionando bem, o sistema superficial recebe mais sangue do que deveria, torna-se mais envolvido como reservatório; consequentemente, gera várias manifestações clínicas de insuficiência venosa, desde leve a grave.
Importância da Safena
A importância da safena vai além da drenagem do sangue venoso da perna. Por exemplo, esta veia pode ser usada como conduto em cirurgias cardíacas e vasculares que muitas vezes salvam a vida de uma pessoa. Tais cirurgias, tanto das artérias coronárias, quanto dos membros inferiores são procedimentos comuns e utilizam a veia safena. Algumas vezes, outros enxertos alternativos, que não a veia, não alcançam os mesmos resultados. Então, a falta da safena pode alterar planejamentos cirúrgicos futuros, cujos efeitos não são desejáveis.
Além disso, outro fator ainda não bem definido é o efeito da remoção da veia safena na recorrência das varizes a longo prazo. Alguns estudos em animais provam que a ligadura de uma veia causa aparecimento de outras veias para repor a falta. Outros mostram que a chance de retorno de varizes é maior em pacientes que tiveram todas as veias inguinais retiradas do que em pacientes não as tiveram.
A CHIVA
Ensaios clínicos sugerem que a CHIVA teve menos recorrência do que a cirugia usual. Os tratamentos usuais são diversos e sua aplicação depende do local de realização, caso clínico, expectativas do paciente, experiência do médico entre outros. Dentre os tratamentos, temos a ablação térmica de safena (laser e radiofrequência), safenectomia, escleroterapia (espuma ou cola) e técnica hemodinâmica (CHIVA). Todos esses, exceto a técnica hemodinâmica, eliminam a veia safena seja por queimadura, irritação, adesão por colagem ou retirada.
Além disso, os resultados do CHIVA estão cientificamente avaliados em ensaios clínicos randomizados e em revisão sistemática de ensaios clínicos. Esta última mostra uma baixa taxa de recidiva. Acima de tudo, mostra menos lesão do nervo cutâneo e menos hematomas do que na técnica de stripping. CHIVA também foi superior à compressão isolada em pacientes com úlcera venosa. Já comparações com ablação térmica são poucas. Em um estudo retrospectivo, pacientes com CHIVA relataram menos dor e necessitaram de menos sessões de escleroterapia após o tratamento, quando comparados aos submetidos ao endolaser.
Concluindo, não há uma técnica ideal para o tratamento de varizes. Em outras palavras, nenhuma técnica é isenta de recidiva, manchas, problemas estéticos, edema ou outros sintomas. Sendo assim, conforme o Consenso Europeu de Tratamento da Insuficiência Venosa Crônica, a CHIVA pode ser feita nesses pacientes, desde que realizada por um médico especializado na técnica. (Recomendação 54).
Então, nós fizemos treinamento na preservação da safena. E hoje em dia, optamos pela CHIVA como primeira escolha em casos com doença de safena.